terça-feira, novembro 02, 2010

Manutenção.

Às vezes sinto uma enorme dificuldade de entender/definir coisas. Uma inexatidão toma conta, me contento com não entender e me dou por satisfeito. Assim parece ter sido e sido e por ai foi, e com a repetição vem a calma, com a calma surge o tédio, incontentamento morno e latente, pulsando por trás dos olhos do cotidiano e então difilculdades viram consolos, remediadores de infortúnios silenciosos. E os dias passam. E como passam!

Passam e passam e passam e levam acima de tudo a calma. E as condições de contenção foram aperfeiçoadas, afinadas; quando antes escapava e agia como estopim para brados e ímpetos furosos, resultados de desesperos enjaulados... agora já não são; quase não são, nada, apenas coisas ralas que rastejam e se esgueiram pelas frestas das ideias, dos devaneios, das lembranças, dos dias; num roubo sutíl de atenção que lhe é de direito - e suporto essa coleira que seguro com minha própria mão e me aperta o pescoço como medida de segurança para o barco não afundar - há de se ter controle.


Não se enganar por sonhos.

Ah, os que entram pelos
portões de marfim são irreais,
mas os que passam pelo de chifre....
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