segunda-feira, janeiro 25, 2010

Novas Experiências.

Em nenhum momento no fim de semana imaginei que o simples fato de esquecer minha chave me levaria a, pela primeira vez na vida, ser despedido. Nem quando fui interrompido no devaneio da tarde pela ligação da chefe, imaginei que isso iria rolar. Pensei que o pedido pra que eu chegasse um pouco mais cedo fosse exclusivamente ligado ao cagaço que imaginei que iria levar por ter faltado o último sábado, o qual começou com a falta que senti da chave na sexta à noite, na porta de casa. Foi tipo "tão perto, tão longe."

Esquecer a chave me levou a ir pegar outra chave, o que me levou pra perto de pessoas e álcool, e ao sentir aquela vibe entrei de cabeça, como sempre, e depois de algumas ligações e long necks, me vi percorrer as mesas do Fafi - onde encontrei uma mulher que achei que nunca daria bola pra mim - e o nascer do dia na mazela do Paladar, em meio a caldos de peixe - os quais me fizeram sentir no mundo de Arturo bandini - cervejas, garotas bêbadas, pratos gordurosos, figuras extravagantes e promessas de diversão no sábado seguinte.

Ainda, ao chegar em casa, deitado na cama, ponderei a respeito de ir ou não trabalhar, fato que se daria dali a duas horas, às nove; e assim, ser responsável e o filho que meus pais gostariam que eu fosse. E com os olhos fechados, cabeça no traveseirro e lençol nos olhos por causa da claridade da manhã, fiquei imóvel e parei pra ouvir as duas vozes dentro da minha cabeça.

Pela primeira vez, elas concordavam: Fica quieto e dorme.

Perdi o emprego, mas valeu a pena mais uma vez ver o sol nascendo no meu retrovisor.


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