quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Montes Distantes.

Sentado numa mesinha em um quarto de hotel no centro de Sobral, levemente mafusado, só de cueca ouvindo Double E, a primeira música que noto nessa primeira vez ouvindo esse disco, os riffs dando ritmo às teclas e vou saboreando o prazer de estar sempre em movimento, um quarto de hotel a cada noite, estrada e coisas a serem feitas nesse ínterim; ruas, casas, pessoas, cotidiano estranho e fascinante ao redor, quente ou frio, sujo, limpo, não importa, importa que apenas acontece, cores, cheiros, luzes, sons, sensações, reações, mente focada puramente por que é novo, é vivo, lá, presente, ali, agora - isso me lembra uma cerveja e Jorge Ben no calor de Quixadá - e não sentir o peso dos dias, apenas o momento passante e constante, novo, novo, novo, sempre algum lugar, isso sim eu chamaria perfeito.

Claro, o padrão iria no encalço, amarrando, tentando trazer o tédio pela repetição mas sem nunca realmente conseguir, sempre um passo atrás, atrás, e veria os dias passarem em paisagens passantes, sem familiaridade, indo, indo, indo em destino ao próprio destino.

sim, isso seria bom.
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