quarta-feira, agosto 03, 2011

Cerveja.

"Priquito de lêndia"... é o que Velho Leon me diz quando peço pra ele começar. Vamos tentar mais uma vez:

não sei quantas garrafas de cerveja
consumi esperando que as coisas
melhorassem.
não sei quanto vinho e uísque
e cerveja
principalmente cerveja
consumi depois
de rompimentos com mulheres -
esperando o telefone tocar
esperando o som dos passos,
e o telefone nunca toca
antes que seja tarde demais
e os passos nunca chegam
antes que seja tarde demais
e o telefone nunca toca
antes que seja tarde demais.
quando meu estômago já está saindo
pela boca

(...)

enquanto enlouquecemos
elas saem, dançam e riem
com caubóis (ou inexperientes ou atletas ou hippies ou freaks ou metidos à espertos ou caras
como eu) cheios de tesão

(...)

cerveja
rios e mares de cerveja
cerveja cerveja cerveja
no rádio toca canções de amor
enquanto o telefone permanece mudo
e as paredes seguem
paradas e estáticas
e a cerveja é tudo que há.

(pg. 284, O amor é um cão dos diabos - uma tradução cretina de título)


Caralho, queria ter escrito isso.
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