Foda.
Primeiro ouviu dois tiros seguidos e os gritos. Não sabia ao certo o que estava acontecendo na cozinha ao lado onde seus amigos apreciavam um mafú, mas sabia que a merda tinha ficado grande demais e era hora de se esconder. Das 9 pessoas na casa, ele era um dos três que ainda estavam no quarto, as outras correram para cozinha.
Ouviu mais barulho de tiros e não conseguiu saber quantos foram pois estava correndo desesperadamente pelo corredor na esperança de ainda achar a chave no portão. Porém se a razão daqueles gritos e som de luta na cozinha fosse o que ele achava que era, a chave já devia estar bem longe do cadeado. E realmente estava. Estava do outro lado portão, dava pra ver, mas não dava pra alcançar. Na verdade nem pensou que poderia tentar puxar as chaves com alguma coisa, só pensou que os barulhos na cozinha estavam diminuindo e outro tiro tinha soado e que aquilo poderia tomar lugar ali, do seu lado, e isso não seria muito comfortável.
Correu de volta para o quatro, se trancou no banheiro ao lado e apagou a luz. Ficou lá e percebeu que o silêncio tomava conta da casa. Permaneceu completamente imóvel. Quem sabe ele não tivesse conseguido pegar todos. Alguém pode ter fodido ele primeiro, afinal todos concordavam que ele era um babaca de primeira lina e com certeza se sentiriam superiores o suficiente para reagir.
Ou não, o choque de ver aquela lesma finalmente reagindo a toda aquela palhaçada fosse por demais inverossímil para que houvesse alguma reação. Esperou e esperou para ouvir algo que lhe dissesse o que acontecia lá fora e apenas ouviu gemidos de dor e palavras que não conseguia compreender, mas percebia que era algo como uma espécie de apelo. Logo em seguida um baque surdo interrompeu o pouco que ouvia.
Então vieram aqueles passos arrastados e vacilantes pelo corredor e bem lentos. Pensou em sair, poderia ser alguns dos rapazes, quem sabe. Não teve coragem. Os passos continuaram pelo corredor e na altura da porta do quarto que ficava ao lado do banheiro, os passos pararam e se tornaram em grandes passadas largas e vibrantes que culminaram em fortes batidas na porta que já não era lá grandes coisas depois que voyeres loucos abriram um buraco nela. Não demorou quase nada para ser escancarada e um cara branco, com o olhar inflamado aparecer na porta com o ventre aberto e o corpo coberto de sangue dizendo de maneira espasmódica e falhada por tiques nervosos: "fodeu ela, seu puto, fodeu?" e apontando uma arma pra cabeça dele.
Percebeu que não adiantaria mentir, afinal tinha fodido mesmo. Pensou "que merda, vou morrer por uma foda mô paia nesse mesmo banheiro" mas ainda sim tentou:
- Calma, Alemão, calma. - parou um segundo olhando para o fim daquele tunel escuro na frente dos seus olhos - eu não fodi!
-fodeu? fodeu? - essa era única coisa que ele articulava enquanto sua mão tremia a um palmo do rosto do cara. Ele era todo espasmos, corpo todo tremia, como se seus tiques finalmente tivessem tomado conta de todos os movimentos do corpo, como se fosse os únicos movimentos que o corpo pudesse fazer.
- Merda Alemão, o que tu queria que eu fizesse? Quem não tava comendo, tava comentando. Se fosse pra fazer merda, que fosse logo bem feita! Então fodi mesmo. - já não se importava mais em morrer. Percebeu que aquele louco tava pirado demais pra não fazer besteira.
Depois só sentiu o calor trespassar seu rosto. Caiu e ficou encarando o teto vendo tudo escurecer. Foda. Tudo por que ela quis dar pra todo mundo.
Ouviu mais barulho de tiros e não conseguiu saber quantos foram pois estava correndo desesperadamente pelo corredor na esperança de ainda achar a chave no portão. Porém se a razão daqueles gritos e som de luta na cozinha fosse o que ele achava que era, a chave já devia estar bem longe do cadeado. E realmente estava. Estava do outro lado portão, dava pra ver, mas não dava pra alcançar. Na verdade nem pensou que poderia tentar puxar as chaves com alguma coisa, só pensou que os barulhos na cozinha estavam diminuindo e outro tiro tinha soado e que aquilo poderia tomar lugar ali, do seu lado, e isso não seria muito comfortável.
Correu de volta para o quatro, se trancou no banheiro ao lado e apagou a luz. Ficou lá e percebeu que o silêncio tomava conta da casa. Permaneceu completamente imóvel. Quem sabe ele não tivesse conseguido pegar todos. Alguém pode ter fodido ele primeiro, afinal todos concordavam que ele era um babaca de primeira lina e com certeza se sentiriam superiores o suficiente para reagir.
Ou não, o choque de ver aquela lesma finalmente reagindo a toda aquela palhaçada fosse por demais inverossímil para que houvesse alguma reação. Esperou e esperou para ouvir algo que lhe dissesse o que acontecia lá fora e apenas ouviu gemidos de dor e palavras que não conseguia compreender, mas percebia que era algo como uma espécie de apelo. Logo em seguida um baque surdo interrompeu o pouco que ouvia.
Então vieram aqueles passos arrastados e vacilantes pelo corredor e bem lentos. Pensou em sair, poderia ser alguns dos rapazes, quem sabe. Não teve coragem. Os passos continuaram pelo corredor e na altura da porta do quarto que ficava ao lado do banheiro, os passos pararam e se tornaram em grandes passadas largas e vibrantes que culminaram em fortes batidas na porta que já não era lá grandes coisas depois que voyeres loucos abriram um buraco nela. Não demorou quase nada para ser escancarada e um cara branco, com o olhar inflamado aparecer na porta com o ventre aberto e o corpo coberto de sangue dizendo de maneira espasmódica e falhada por tiques nervosos: "fodeu ela, seu puto, fodeu?" e apontando uma arma pra cabeça dele.
Percebeu que não adiantaria mentir, afinal tinha fodido mesmo. Pensou "que merda, vou morrer por uma foda mô paia nesse mesmo banheiro" mas ainda sim tentou:
- Calma, Alemão, calma. - parou um segundo olhando para o fim daquele tunel escuro na frente dos seus olhos - eu não fodi!
-fodeu? fodeu? - essa era única coisa que ele articulava enquanto sua mão tremia a um palmo do rosto do cara. Ele era todo espasmos, corpo todo tremia, como se seus tiques finalmente tivessem tomado conta de todos os movimentos do corpo, como se fosse os únicos movimentos que o corpo pudesse fazer.
- Merda Alemão, o que tu queria que eu fizesse? Quem não tava comendo, tava comentando. Se fosse pra fazer merda, que fosse logo bem feita! Então fodi mesmo. - já não se importava mais em morrer. Percebeu que aquele louco tava pirado demais pra não fazer besteira.
Depois só sentiu o calor trespassar seu rosto. Caiu e ficou encarando o teto vendo tudo escurecer. Foda. Tudo por que ela quis dar pra todo mundo.