domingo, setembro 02, 2012

Voltando à ativa.

A primeira coisa que sinto quando acordo é dor. Dor de cabeça. Tudo bem, fiz o que queria e tudo tem seu preço, já sabia o que viria e não estou arrependido. Pago o preço pelo que faço - só não gosto quando pago gratuitamente - e dói, lateja e não é só isso, ainda tem a rebordose massacrando por dentro, mas tudo bem. Ando me arrependendo muito pouco desse tipo coisa ultimamente, os dias andam tão repletos de conflitos que qualquer torpor que puder encontrar - mesmo que isso signifique destruir essa máquina de carne - vou aproveitar os fulgazes instantes dessa induzida paz momentânea. Não é pelo desejo que estamos aqui? procurando feito cachorrinhos carentes perdidos qualquer mínima coisa que alivie o vazio de existir preencha essas horas com o mínimo de prazer? 

Domingo em casa sozinho, há muito não passo domingos em casa sozinho. Quando olho pra trás, nos últimos anos,  vejo que, na maioria deles, ou eu estava na casa de alguém ou alguém estava na minha casa. Não que fosse ruim, não, não era, mas sinto que preciso disso, estar só, e apesar da ressaca e de todos pormenores e presentes e pontiagudas ânsias e angústias - e de tudo mais que sei que me aguarda - é uma sensação resignadamente agradável. 

(Acho que deve ser cansaço. não, melhor, é uma apatia e uma vontade de não gastar energia.)  

Mas a cabeça dói, devia ter maneirado nos cigarros. Lembro da noite passada, música ruim, a velha praia de Iracema, velhos amigos, piadas antigas e outras coisas que orbitavam sem importância. A noite continua a mesma, as drogas continuam as mesmas e as pessoas, principalmente as pessoas, continuam as mesmas.
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