quarta-feira, setembro 21, 2005

Três Bichas

Era só mais um apartamento no centro da cidade, pequeno, abafado, quente. Mas ele estava com ela e pensando nisso, ele surpotava qualquer merda que estivesse na órbita da sua vida. Tudo bem que era apenas um apartamento velho e fedorento, caindo aos pedaços, cheio de baratas e goteiras, mas era o lugar dele, o que ele chamava de lar; isso na verdade no era o grande ponto; era apenas o local onde ele vivenciava a libertinagem contida à anos pela vida familiar. Fazia tudo o queria. Isso era bom pra ele. E ainda havia aquela bela garota que ele adorava sempre ao seu lado.

A única coisa que realmente o incomodava eram as três bichas que viviam no quarto ao lado. Não aguentava aquele dance no mais alto volume às duas da manhã, não suportava aqueles risinhos que apareciam justamente quando ele cruzava o corredor em direção à escada, que já era usada pq sempre encontrava com algum deles no elavador e ouvia um "bom-dia" dito com mais malícia do que um "me chupa" na hora certa. Mais ainda sim, mesmo incomodado, ele levava em frente. Tudo compesava a merda.

E assim foi indo, já tinha relevado todas aquelas brincadeirinhas do dia a dia. Mas não era apenas brincadeira para Leandra, como Leandro gostava de ser chamado por todos. Leandra (ou Dadinha para os íntimos) era o do meio daquele trio. De estatura média, uma garoto de 19 anos meio gordinho, usava sempre um boné preto, com uma eterno meio sorriso estampado no rosto, às vezes fumando. Viviam com ele Eustácia, ninguém sabia o seu nome verdadeiro, era a mais velha, mais espalhafatosa, mas com senso de humor. A outra bicha era ronalda, masi queita, um garotinho tímido de 17 anos com traços delicados, que sempre era confundido com uma garota se visto pelas costas.

Com o tempo, Alfredo começou a perceber que aquelas brincadeirinhas não eram simples brincadeirinhas, um simples flerte. Ele via; percebia que havia algo naquele olhar de Dadinha que lhe preocupava, ele via algo quase sincero nos seus olhos.

Certa noite, alfredo tinha chegado tarde em casa, por volta de uma da manhã de uma quarta feira qualquer. Tinha bebido algumas depois do trabalho, estava cansado e sem equilíbrio, lerdo e babando como um cão bêbado. Dadinha estava na janela de seu apartamento no segundo andar e viu quando Alfredo chegou. Sentiu algo gelar pr dentro e decidiu que aquele era o dia. Deixou o apartamento e saiu correndo, desceu o primeiro lance de escada, ficando nas escadas entre o primeiro e segundo andar, justamente onde a lâmpada havia sido quebrada dois antes por ronalda, quando elas voltavam de mais curtição em uma boate.

Ficou lá, fumando nervosamente no escuro, atenta aos passos que ficavam cada vez mais perto. Alfredo não vida nada além dos primeros quinze centímentros a sua frente, o resto era apenas uma massa de cores embaçada. Se confiava na sua lembrança daquele lugar no qual ele transitava nos últimos três meses para não cair de cara em algo. Praguejou quando percebeu que não havia luz no caminho para seu aprtamento. "Só mais alguns degraus" pensou e foi em frente.

Quando cruzava a pequena passagem para subir o segundo lance de escadas, sentiu braços segurando seu rosto e então uma lingua molhada invadiu sua boca com volúpia, revirando entre seus dentes, procurando avidamente por sua lingua. Não entendeu direto o que estava acontecendo até sentir algo arranhando seu rosto, pelos duros, uma barba.

Fim da parte um.
|

segunda-feira, setembro 19, 2005

O plano era simples: entrar, sentar, esperar e sair. Pronto, não havia perigo algum uma vez dentro, mas dentro é que mora o perigo. Dentro da minha cabeça, claro, e o que poderia ser? Nóia, simples e clara.

Tudo bem, tudo bem, entrei e sentei perto da porta logo, não queria ficar passeando no meio daquele monte de gente completamente estranha. Nunca me senti tão perto do cenário, tive medo de ouvir a resposta dele e pra contrariar, como sempre, nunca acontece o que eu acho que vai acontecer, sento e olho ao redor e está tudo numa boa. O ar virou um geléia translúcida que massageia cada ponto que posso sentir do meu corpo.
|

quarta-feira, setembro 14, 2005

Empata-Foda. Vários.

Foi de repente; me vi num quarto à meia luz, um quarto estranho, um quadrado perfeito. Tinha a sensação de ja ter estado naquele quarto antes, não sei, não era um quarto real, talvez um quarto moldado com pedaços de vários quartos, vistos em outros sonho e quem sabe até na própria vida real.

Estava tudo meio escuro, uma penumbra que não me permitia ver tudo, me sentia com se tivesse acabado de chegar de uma festa, já altas horas da manhã, cansado, e meio sonolento; metade do quarto não dava pra ver, só conseguia ver a outra metade, a metade onde eu estava; onde estava a cama (que estava coberta por um lençol gde materia grosso, um tecido quadriculado, quadradinhos pequenos, vermelhos e uma cor azul escuro, eu acho, predominava) comigo em cima dela (da cama, por enquanto), junto com uma garota e uma porta a esquerda, com um espaço de mais ou menos um metro entre a cama e a porta.

E a garota? Era uma garota bonita, com belo rosto, lábios carnudos, pele macia cobrindo um corpo bem desenhado. Sem muita conversa, estamos nos beijando, sabe como é, ela não era nenhuma estranha pra mim e era como se aquilo fosse natural e começamos aquele jogo louco de corpos.

Já assim em seguida, estamos nus, estou entre as pernas delas, mas não dentro; estou brincando com seu corpo, sentindo seu cheiro, sua maciez, ouvindo sua respiração e vou descendo torso abaixo até que começo a diverti-lá com minha boca; ouço alguns gemidos contidos e olho para cima, ela me pergunta se tenho camisinha, na hora eu não sabia se realmente tinha ou não alguma camisinha, na verdade não deu tempo nem de pensar muito a respeito, pois no mesmo instante, ouvimos o barulho de uma porta abrindo.

Ela diz: "acho que é minha irmã", digo "que nada, não é ela não". Afinal o dia está quase nascendo e ninguém chegaria aquela hora na casa de alguém. Ela se levanta e vai até a porta e começa a conversar com alguém, penso "que merda", mas não tenho muito tempo de lamentar, pois quando olho de novo pra porta, vejo uma garota de vestido e lenço na cabeça entrar segurando uma garrafa de vinho abrindo alas para mais um monte de pessoas, entre elas, garotos e garotas.

Olho de novo pra ela, esperando alguma indicação para fazer algo,ou esperando que ela expulse todos aquels putos empata foda do local, mas ela parece não se importar, como parecia não se importar quando comecei a beijá-la. Continuo olhando para ela. Ela ainda esta nua, com um joelho na cama e um pé no chão, tipo se levantando da cama, de repente ela já esta vestida, sem fazer nenhum movimento, com um vestido vermelho meio frouxo, esses meio indianos que universitárias adoram.

Começo a procurar minha roupa e não acho; então estou eu lá, num quarto que não conheço, cheio de pessoas recém chegadas que estão super a vontade; e eu procurando minhas roupas, ansioso por achar pelo menos minha cueca.
|

sexta-feira, setembro 09, 2005

rotina

hmmm... mais una aventura que não sabemos mesmo onde iremos chegar, quer dizer, eu, pois não posso garantir que você me acompanhe por todo o percurso, que talvez não tenha um fim, quer dizer provavelmente têm, mas que não achei ainda. E muito menos consigo ver.

Posso tentar, quem sabe usar sonhos, ou apenas deixar correr sabe? Vêm um fluxo e você se deixa levar. Poderia por coisas velhas, remexendo nas coisas velhas você às vezes acaba achando algo que desperte o seu interesse. Ou pelo menos a sua curiosidade, se é que ainda há alguma em você. Penso que quando alguém se acostuma com cada detalhe que compõe o cenário na qual ela fatalmente está inserida, acaba confundindo as coisas, acaba agindo como um programinha, estímulo-resposta. Sem esquecer do reforço, claro.

Mas ainda há outra forma de tentar, que dizer, que acabou de ser utilizada, pelo visto, acho que funcionou.



-Bixo, não dá. Alguém pode ver.
-Mermão, deixe de ser leproso. Vamo nessa cara, niguém vai ver porra nenhuma! - Disse Jorgão, pulando o baixo muro.

Tito não teve como ficar lá sozinho, no escuro, molhado e com frio. Não dava pra ver o clássico palmo de mão na frente do nariz. Jrgão, pulou e no segudo seguinte havia sumido. Pulou também e correu com braço na frente dos olhos, protegendo contra os galhas que iam batendo na sua cara enqunato andava rápido para alcançar aquele barulho ritimado que ia na sua frente.
|

domingo, setembro 04, 2005

Prazo de Validade.

Mais um sábado, as pernas doem mas não quero mesmo parar. Passo na casa da minha garota e saimos, não há muita opção nessa cidade quando o limite é 11 reais e alguns centavos, então decidimos ir pelo menos tomar algumas cervejas no supermercado mais próximo, que por coincidência é da mesma rede do outro onde fui pego tentanto levar chocolates com souvenir.

Enfim, entramos, pegamos cervejinhas, que até estavam baratas, 0.99, com 4 vezes isso eu poderia ficar bem legal e ainda sobrar pra passagem e começamos. É, eu sei, não é lá muito divertido passear por um seupermecado em pleno sábado a noite, mas que merda, lá tinha cerveja barata e eu tava afim de ficar bebo e como grana nunca foi meu forte, fiquei por lá mesmo. Bebi a primeira cerveja olhando preços de vinhos e ficando admirado como algumas pessoas conseguem levar uma garrafa de vodka muti destilada em pedras semi preciosas e faze-las irem direto pra mochila sem que ninguém note.

Voltei para o freezer pra pegar outra de 0.99 e pensei com seria fácil apenas jogar aquelas latinhas vazia em alguam prateleira, e puff! poderia beber mais uma, mas lembrei que não tenho sangue frio e nem habilidade para realizar soluções versáteis para um mundo moderno. Tudo bem, tudo bem, voltava para reabastecer e vejo lá, estampado na minha cara em uma etiqueta vermelha, a melhor de todas por apenas 1.39, o menor preço que eu já vi e então, ela já estava na minha mão e logo em seguida beijando meus lábios. Após esse primeiro contato disse:

- Isso tá estranho.
- Que nada, é porque a gente tava bebendo outra. - disse minha garota.

É, uma boa maneira de aprender a distinguir uma cerveja boa de uma merda, é beber várias cervejas diferentes, uma atras da outra, para aprender a apreciar o paladar de cada uma e descobrir qual delas vale a dor de cabeça do dia seguinte. Continuei bebendo daquela garrafinha, o líquido tinha um gosto estranho, mas continuei bebericando. De repente, do meu lado havia um saco de papel cheio de bolinhas salgadinhas, que eram lindamente chamdas de "tira gosto".

Não tinha do que reclamar, estava já no meio caminho da bebedeira, meio dormente, comendo umas bolinhas gostosas e acompanhado da melhor garota que já encontrei por ai, mas como felicidade está fadada a acabar, minha garrafa secou e fui lá pegar outra.
Peguei, abri e tudo se repetiu. Estava estranha.Virei e olhei, estava vencida. Vencida a belos 7 meses. Porra, voltei e falei como caixa e me mandaram falar com o carinha mais adiante, o gerente. Falei com ele, ele olhou e disse "vem cá". Começamos a passear pelas sessões e pelos cheiros dos produtos de limpeza até encontrar um cara abaixado. Ele falou como cara, o cara se levantou, saiu andando e falou "vamo aqui' e la fomos nós. Comecei a pensar que passaria o resto da noite passeando pelo supermercado, com o grupo aumentando a cada volta.
Chegamos no freezer e ficamos brincando, eles loucamente tentando abrir minha a cabeça e me convencer que aquilo não era um cino, era um 6. E no meio disso tudo, eu ficava comentando " qual telefone da rede cidade, ou seria melhor a jangadeiro?" ou dizendo "dá um gole ae, tu vai sentir" e enquanto isso brincávamos com os números. Ai falei "isso é simples. Me dê mais duas cervejas no mesmo valor e estamos bem". Eles não hesitaram, apontaram o freezer mais próximo e pronto, demos o fora e fomos em direção em direção PI.
Ai, ai, toda vez me pergunto porque ainda ando naquela porra, pode ser por pura falta de opção ou por uma esperança que aquilo volte a ser legal como antes. É como diz o Ivo, se não criar perspectiva, nada acontece naquela merda. O máximo que consegui, foi tomar mais algumas cervejas e conseguir um cigarro com o Mário Gomes, que me falou alguma coisas que não pude entender direito em parte porque estava bebâdo, e em parte porque não dava mesmo pra entender o que ele tava falando. É depois dai, vimos que realmente não tinha porra nenhuma ali.
Subimos, tomamos mais uma cerveja e fomos pra casa deixar que a noite melhorasse.
|

quinta-feira, setembro 01, 2005

Esta crescendo, crescendo! (e o vento ajuda)

A-rá. Então fomos lá correndo e correndo, sem saber nunca onde iríamos parar e uouo, tuda estava massa. E de repente não acontece nada e tudo continou do jeito que começou sem evoluções nem mesmo choques.... e sabe quando dá branco? pois é, acontece muito, e se torna muito mesmo se vc acresentar mafú na misturada toda que todos tentam criar, explicar e alguns loucamente tentam controlar. É, até da pra você criar uma linha pra tentar se guiar e a minha continua sempre se partindo em milhares de outras cordinhas que podem fazer o mesmo que ela fazia.

Ai é, um mafú as vezes deixa sua cabeça meio falha, cheias de hiatos. Mas a sorte foi que o Velho Leon apareceu por aqui, gostaria que ele tivesse ficado mais tempo, mas o trem tava passando e ele pulou dentro e continuou a sua loucura. Sabe, achei o Taninho Thunder meio estranho, parecido com o jeito dele quando vi ele molhado, ao meu lado na cozinha do Jimmy enquanto eu fritava ovos. Sabe com é, as vezes você ta numa festa, geralmante na casa dos outros e de repente lá pras tantas da manhã, com o espírito cheio de vinho e uma fome consumindo suas entranhas, você parte pra cozinha e procura alguma coisa pra comer, e o que achei foram ovos e farinha, então não hesitei.

E além do mais, aquele dia foi meio louco, minutos e copos de vinho antes, fiquei caído numa escada com um telefone celular na mão e pagando pra que alguém me ouvisse dizer "eu vou cair", vou cair, você caíra comigo?" Nao lembro bem porque disse essas palavras, mas acho que tinha alguma coisa a ver com um poço e o modo de pensar de outra língua. Enfim, ele me pareceu estranho e espero que as coisas estejam bem como ele diz.

Fiz uso do presentinho que ele deixou. Subi, sentei, mafusei e fiquei esperando o tempo passar ouvindo kraftwerk, ovi a velha frase ecoar na minah cabeça "essa é progressiva". Ouvi gritos, mas não havía gritos, apenas eu ouvi. Esqueci de guardar o que deveria ser guardado, (mas não por culpa minha) e voltei aonde estava antes e fiz o qeu deveria ser feito. E agora vou fazer o que deve ser fieto e voltar pra historia da mulher que começou a levitar, os braços e as unhas cresceram e tentou agarrar o menino e blá, blá. blá
|