Beijos Indigestos.
Já tinha perdido a conta de quantos copos de vinho e doses de cachaça já tinha entornado e agora vagava pela festa como um joão-bobo zumbi, cambaleante, torto, o pescoço um pouco inclinado como que para dar equilíbrio aos movimentos. Ia constante, sorrindo pelo canto da boca suja entre risadinhas zombeteiras e tiques de lígua e lábio, procurando menininhas na mesma situação ou alguma que não se importasse com seu estado e tentasse ver ele mais um pouquinho além, mesmo ele próprio sem ter certeza se havia algo ali pra ser visto.
Ela estava lá, corpo curvado pra frente, uma mão apoiada na coluna de concreto e o outro braço solto, pendendo como algo morto. Vomitava aos jorros e o corpo esguio sacudia com os solavancos peristálticos para ejacular todo aquele álcool ingerido. Baba caia dos lábios. Gotejava em linhas finas de saliva que se esticavam o máximo que podiam até arrebentar ou se juntar aos cabelos que também pendiam. Entre uma golfada e outra, balaçavam à medida que ela mexia de leve a cabeça negativamente com um olhar semi-aberto vidrado no chão, como quem pensa "nunca mais faço essas merdas".
Ela estava lá, corpo curvado pra frente, uma mão apoiada na coluna de concreto e o outro braço solto, pendendo como algo morto. Vomitava aos jorros e o corpo esguio sacudia com os solavancos peristálticos para ejacular todo aquele álcool ingerido. Baba caia dos lábios. Gotejava em linhas finas de saliva que se esticavam o máximo que podiam até arrebentar ou se juntar aos cabelos que também pendiam. Entre uma golfada e outra, balaçavam à medida que ela mexia de leve a cabeça negativamente com um olhar semi-aberto vidrado no chão, como quem pensa "nunca mais faço essas merdas".
(continua...)