segunda-feira, novembro 23, 2009

Dilemas.

Sempre disseram por ai que esporte é bom pro corpo e pra mente.

Contudo, sempre que estou lá no boxe, esmurrando sacos de areia e pneus, me vem à cabeça inúmeros pensamentos negativos: uma incrível vontade de quebrar a cara de alguns filhos das putas que cruzaram meu caminho - mesmo sabendo que há uma grande possibilidade de EU ter a cara quebrada nesse processo.

Aí os sacos tomam formas de rostos e me perco em devaneios violentos. Não creio que isso seja lá muito saudável.

O mesmo não acontece quando mafuso ou quando encho a cara e me utilizo de milongas mais que sempre caem do céu nesses momentos. Na verdade quando pratico esses maravilhosos hobbies vejo tudo tão claro e sem peso que percebo o quão inútil posso ser ao me deixar levar por tais coisas. E pior: deixar que elas tenham algum efeito em mim. Deixar pensamentos me afetarem - coisas que simplesmente se desfazem e perdem sua importância com o arrastar dos dias.

É, acho que o grande lance é voltar de vez à dieta da cerveja e do tabaco.

P.S: Ana, não ache o blog que vc me falou. Deixa o link? outra coisa... ainda há chance de eu conseguir uma camisa do Dress nessa altura do campeonato?

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domingo, novembro 15, 2009

Passeando pelos campos de Morpheus.

Acordo e ela está no meu quarto, fazendo acrobacias resultado de treinos e treinos e treinos e treinos, se jogando com pulos loucos na parede e quase quebrando meu velho som e meus vinís e eu vendo aquela porra toda sem saber o que estava acontecendo e noto a tatuagem nas costas dela que parece incompleta, um desenho e uma frase com o começo faltando, como se esperasse por algo pra escrever aquela primeira palavra. Sei que está escrito em português, mas não consigo entender e ela continua lá, pulando e caindo no chão em tentativas de fazer sei lá o quê e saio dali, deixando que ela se divirta com o outro expectador que não faço idéia de quem seja, mas sei que havia outra pessoa lá, sim, tenho certeza, sempre há outra pessoa no lance quando se trata dela.
Não lembro de descer escadas ou sair de casa, mas no momento seguinte estou em uma espécie de festa na PI com garotas que gostaria de conhecer melhor e está legal e percebo que tenho que ir pro trabalho e isso me enche de insatisfação - mais um problema que tenho que tolerar - e estou no caminho dessa merda, na verdade estou dentro no elevador, as portas fechando e do lado de fora um cara que nunca vi antes olha pra mim e me reconhece com um sorriso malicioso, exibindo aqueles dentes e olhos negros - todo negro, profundos e brilhantes - com uma expressão de satisfação de quem achou o que procurava por puro acaso e lembro dele, sim, lembro daquela figura sinistra e tenho a certeza que ele me perseguia em outros sonhos e ele caminha em direçãoao elevador e as portas fecham. Acordo com um espécie de mal estar, mas com um tremendo alívio de quem escapou fedendo.
...
E de novo estou aqui, em pé, esperando o tempo passar pra voltar pra casa e penso, fazer o quê? mafusar? bem, acho que deveria dar um tempo já que o catarro ta virando companheiro constante e é foda ter que puxar aquilo lá do meio peito de tempos e tempos e me esgueirar até o fim do balcão e dar a velha cuspida no lixeiro do canto enquanto esses hóspedes hipócritas - sempre pedem pra retirar os registros de consumo de bebida alcóolica da nota fiscal - me esperam e tenho que fazer uma cara de quem está super feliz e pronto pra agradar nesse emprego estressante mas que até que libera uma grana boa aqui e acolá pra garantir as cervejinhas no Manel e que me ajudam a manter minha sanidade mental. E agora o fim do expediente se aproxima e penso mesmo no que fazer na minha folga de amanhã e esperar cada dia passar, afinal está tudo nos trilhos dos meus planos e tudo que preciso é paciência.
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sexta-feira, novembro 13, 2009

a carne é foda.

E o sanduíche de presunto me faz feliz ao chegar em casa nos horários e encarar que não posso ter tido o que quero, e sim, tenho o que preciso mas me sinto um pouco nostálgico sempre que beijo ela, porque ela me faz lembrar de memórias recentes, de ruas e locais que nem sei se vou poder percorrer ou se quero percorrer outra s vez, ruas e avenidas e restaurantes à milhares de que kilômetros que vêem à minha mente sempre que me vejo nos lábios dela e nem sei bem o que achar disso tudo, mas sei que agora, depois de cervejinhas, uma até queixada num garçom meio gay pra liberar mais uma no preço, exatamente com fiz da última vez nesse bar, no preço, e sentindo o gosto de presunto na boca vejo como a carne tem um papel primordial nos meus dias, como ela me deixa meio sem controle, me deixando meio louco e quase fazendo/dizendo coisas que acho não devo fazer/dizer, mas ai quando penso em não fazer lembro do cheiro e puta merda, cheiro é uma coisa escrota que mexe comigo e penso no esqucimento e despereendimendo que toma conta da minha mente e lembro de mim sentado naquela mesa bêbado e pensando na minha vida e vejo que não tenho do que reclamar, não mesmo, tenho o que quero e apesar de não ter outras coisas vejo que só poderia ter o que tenho agora após não ter outras coisas e penso como posso ficar com raiva de mim mesmo se tenho o que achei que queria ter, ou acho que quero, na verdade quero mesmo, e penso que não tenho do que reclamar e tudo está como quis...

e vejo que o contador anda melhor quando não escrevo e vejo casais pela noite, loiras semi-atraentes segurando relacionamentos cansados pela mão e vejo uma vontade de novidade quando olham nos meus olhos e sinto pena pela permissividade que as deixam na mesma e rio e me divirto com a indecisão hipócrita das pessoas enquanto outras sofrem ao meu lado e tento mostrar que pode não ser assim, é so você tentar e é nessa brincadeira que quase me perco e consigo sentir o desgaste e quanto eles precisam se afastar, o quanto querem, mesmo sem achar que querem, e nunca quero que a noite acabe e quando acaba sinto um vazio inexplicável...

bem, acho que outro pão com presunto me fará bem agora.
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segunda-feira, novembro 02, 2009

De novo.

E do nada aparecem coisas que me fazem pensar em mazelas que já deviam estar pra trás e isso me deixa puto, muito mais puto do que passar o dia em pé atendendo pessoas e telefones e alguns bem mal educados e ainda ter que escrever isso em pé debaixo dessas câmeras que registram tudo, até mesmo quando coço o rabo ou fico de bobeira nos corredores me matando com mais um cigarro. Parece até uma praga da qual não se pode fugir, não meu rapaz, parece que não porque é uma espécie de besta adormecida que aqui e acolá acorda dá um bocejo, arranha um pouco, reclama, se contorce e depois volta à quietude desse seu sono que tanto me deixa tranquilo, é como ele dizia please don't rock my boat 'cause I dont wanna my boat to be rocking e é simples assim e queria até falar mais, mas meu horário acabou e vou indo embora pertubar o Pilantrony por aquele mafu escurinho que afastará esses pensamentos...
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domingo, novembro 01, 2009

Basilagem

E cá estou eu, diretamente do computador do trabalho, me segurando sobre essas pernas finas pra não cair de cansaço da noite anterior de pouco sono e muita vontade, depois do show do Dago Red que fui e não pude ver. Mas ai hoje, lendo um livro que um dia comprei por acaso numa calçada do centro, achando que era "Eurico, O Presbítero" mas acabou sendo outro - e não sou fã de literatura portuguesa - e que acabei resolvendo lê-lo após ver uma adaptação para o cinema dessa mesma obra e eis que me deparo com uma passagem interessante que gostaria de compartilhar:

"Os velhos estoures do coupé corridos eram de seda vermelha, e a luz que os atravessava envolvia-a num tom igual, cor de rosa e quente. Os seus beiços tinham o escarlate molhado, a lisura sã duma pétala de rosa; e ao canto do olho um ponto de luz movia-se num fluído doce."

Isso enquanto o pilantra tentava agarrar a priminha. Jura que ele estava pensando na carruagem ao descrever essa cena...
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