quinta-feira, agosto 09, 2012

Acho que esse é o castigo pra todo mentiroso: Não acreditarem quando você diz a verdade. 

Por fora ainda corre uma grande vontade de não dar crédito, ai fode tudo, uma total incredulidade. Não posso culpar as pessoas por isso, ou culpar qualquer outra coisa. Sei apenas que tentei. Isso, pra mim, é mais que suficiente. 
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quarta-feira, agosto 08, 2012

Topada.

E começaram as aulas. Lá estou, eu, barba feita, roupa passada, parado na frente dos alunos fazendo aquilo que tem que ser feito. Finjo, continuo fingindo; fingindo que estou bem, fingindo que estou no caminho certo, fingindo. Bem, acho que sou bom nisso, venho fazendo a certo tempo e ninguém parece perceber.

As mesmas alunas me encaram, gosto das caras conhecidas, o tempo passa mais rápido. Só fica um pouco difícil andar prum lado e pro outro com um pedaço do dedão faltando e encostando dentro do tênis. Dor, Dor, Dor. Dor física é incômoda, mas sempre, certa hora, meio que adormece e você  esquece da ferida. Bom, pelo menos isso. Mas tudo bem, uso o calcanhar e passeio pela sala já que não posso ficar parado e andar ajuda, mesmo esse movimento restrito, passos curtos dentro da sala me ajudam. Mas quando escuto o curto silêncio da sala enquanto os alunos escrevem ou simplesmente pensam no que vão dizer, sinto a pontada. Não mais o dedo, mas sim por dentro, dentro da cabeça, dentro do peito. Sinto e continuo fingindo que não sinto. Quem sabe uma hora eu  consigo enganar até eu mesmo.
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