quinta-feira, setembro 01, 2011

Nada.

Sem nenhum propósito me sento em frente ao computador. Não tem nada pronto ou à vista, começo num impulso como que pega no tranco. Nada. O escuro ao redor me ajuda a concentrar só aqui, apenas o body board nunca usado da minha irmã, o relógio perto do monitor e as caixas de som à esquerda.

Olhou pros dois lados cuidadosamente antes de por o resto do corpo pra fora. Vasculhou telescopicamente com a cabeça percorrendo todo o corredor. Nada além da fraca luz que se egueirava janela a dentro. Fechou a porta atrás de si e com passos largos e parou no elevador. Apertou térreo com a mão trêmula, apesar de dizer à si mesmo que estava tudo bem, sim, tudo bem. Suas pernas tremiam silenciosamente nos saltos finos. Não estava bem no controle da situação. Na verdade, bem longe. Seria impossível sair daquilo. Respirou fundo e fechou os olhos.


O barulho do trem me pertuba, me lembra minha imobilidade e preocupações constantes. É viver em estado de alerta. Acredite, é horrível. Deixo as coisas seguirem seu curso pra que eu passe despercido, mas tal coisa é impossível. Ainda sim tento. Sei lá o que falta, se é que falta. Esquecer os diários de bordo e içar velas. Uma hora chega em algum lugar. Ou continua navegando, sei lá.


Preguiça. Vou nessa.
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